E se você desaparecer?
Seria o fim, ou um novo começo?
Estamos na era das curtidas, seguidores e conteúdo. Mas será que o sucesso é tão importante, e se fossemos desimportantes? Pareceria estranho não é mesmo? Pois eu mesmo estou aqui tentando ser lido e recomendado mais vezes.
Porém não estar em evidência pode trazer uma paz que você nem sabia que precisava.
Somos obcecados com a importância, pelo cenário que vivemos, nossa rotina carrega informação perecível e nosso ego que sempre nos prepara para brilhar, sofre danos as vezes, irreparáveis.
Desde cedo, somos ensinados a vencer, a ser os melhores, a competir. Só que, nessa corrida, muitas vezes nos perdemos. Passamos a acreditar que nosso valor está no que fazemos, no que temos, no que conquistamos. E e se o seu valor estiver em apenas ser?
A obsessão por ser importante nos deixa ansiosos, desconectados e até egoístas. Queremos sempre algo mais. Estamos constantemente comparando nossas vidas às dos outros. É cansativo. É desgastante. É desnecessário.
Ser desimportante funciona como um remédio para o vazio interior e isso não quer dizer que devemos nos rebaixar ou abrir mão dos nossos sonhos. Pelo contrário. Significa tirar o peso das expectativas e abraçar a tranquilidade de apenas ser humano. Quando você aceita que não precisa ser o centro das atenções, você se abre para algo novo, você começa a ouvir mais, a enxergar os outros como iguais, e não como competidores, não cria a necessidade de provar algo a alguém, você respira melhor — literalmente.
Você aprende a falhar sem se condenar, a aceitar imperfeições, a rir de si mesmo.E como isso se aplica ao seu psicológico?
A busca por importância nos consome mentalmente. Ansiedade, depressão e síndrome de burnout estão, muitas vezes, ligadas a essa tentativa de ser tudo para todos.
"As pessoas felizes não são aquelas que têm tudo de melhor, mas as que sabem apreciar o que têm. Quando deixamos de perseguir a perfeição e começamos a aceitar nossas imperfeições, encontramos a verdadeira paz. Não precisamos ser importantes, só precisamos ser nós mesmos."( As coisas que você só vê quando desacelera, Haemin Sunim).
Ao se permitir ser desimportante, você dá um descanso à sua mente, foca no que realmente importa, como seus valores e conexões reais, consegue criar um espaço interno para cuidar das suas emoções sem se sentir pressionado.
Agora imagine que você não precisa provar nada para ninguém, que sua felicidade não depende de curtidas ou da validação de estranhos. Onde você é suficiente apenas por ser você.
Agora mesmo, enquanto escrevo, está chovendo, estou dentro de um carro e meus pensamentos estão totalmente na necessidade de ser apenas mais um, somente uma pessoa comum que quer estar bem consigo.
Ser desimportante é um ato de coragem é voltar para si mesmo quando as portas te lançam pro mundo e isso precisa começar o quanto antes, desacelere, pare de correr para chegar a lugares que você nem tem certeza de que quer estar, isso te esgota e no fim só te faz perder tempo.
Ouça mais preste atenção nas pessoas ao seu redor sem pensar no que você vai responder dê uma pausa nas redes sociais e observe o mundo real, permita-se ser pequeno, invisível, comum. Porque, no fundo, é aí que mora sua verdadeira grandeza.
Ser desimportante não é se esconder, é se encontrar.
Encontrar tempo de qualidade, motivos para sorrir sem motivos, é encontrar no acaso a vontade de não ser maior ou menor, mas de apenas estar bem quando tudo exige que você corra até o limite.
Ser desimportante é soltar a corda que parece te prender, mas que no fim no machucou sua mão porque o ego era pesado demais para sustentar.
Espero que eu possa dar um terceiro caminho, e é nessa linha que vou escrever de agora em diante.
Até mais.